Garçons pedem que 10% sejam pagos em dinheiro

A taxa de serviço de 10%, que geralmente é cobrada em bares e restaurantes é opcional, mas se o cliente optar em pagar, o repasse passa a ser obrigatório. No bar Armazém do Chopp, em Botafogo, os garçons pedem aos clientes que paguem em dinheiro, sob a alegação de que o estabelecimento não tem repassado integralmente aos funcionários quando a conta, incluindo os 10%, são pagos em cartões de crédito ou débito.
De acordo com um dos garçons do bar, esta medida foi adotada pela empresa há cerca de um mês. “No início muitos clientes reclamaram, mas quem é frequentador acaba pagando em dinheiro, em consideração ao garçom”, destacou. Ele disse ainda que estavam sendo descontados em 3% no total da gorjeta paga pelo cliente. "Nos disseram que as taxas estavam muito altas, mas não dá para chegar no final do mês e receber R$420,00", acrescentou.
Segundo o analista de sistemas Alexandre Mohamad, nada disso seria necessário se os estabelecimentos tivessem uma política de cargos e salários como qualquer outra empresa tem. "Esse percentual seria para o cliente dar uma gratificação qualquer para um garçon pelo serviço bem prestado, mas infelizmente é cultural não só no Brasil, mas em várias partes do mundo", ressaltou.
Mohamad disse ainda que os bares não poderiam incluir esse dinheiro em seus caixas, porque esta quantia nunca pertenceu ao estabelecimento.
Já a técnica de telecomunicações Dorotéia Candido acha correto que a gorjeta seja paga em dinheiro. Apesar de ter pago a conta no cartão de crédito, a parte do garçom foi paga em dinheiro. "Acredito que desta forma o repasse seja feito corretamente", disse.
Para o advogado Vivaldo Dantas a cobrança da taxa de serviço é um absurdo, em especial quando o cliente é constrangido, ao ser solicitado que seja pago em dinheiro. "A casa tem que repassar para os funcionários os 10%. Isto é problema do estabelecimento e não deve ser repassado para o cliente", afirmou. Indignado, Dantas afirmou que marcou com amigos de beber cerveja no boteco ao lado. "Lá não se cobra 10%, a cerveja é de garrafa e o chopp está muito caro", concluiu.
Nos bares da cidade, a tulipa de chopp custa em média R$ 3,80. Se acrescentarmos o 10% da taxa de serviço, o preço sobe para R$ 4,18. Já a garrafa de cerveja custa em média R$ 4,00. Amantes da cerveja dizem que a relação custo benefício é muito mais satisfatória.

O assunto é ótimo! Você foi porta-voz de muitos garçons que sofrem por não receber os 10%. Jornalismo é isso. É ser a ponte entre a sociedade e a imprensa.
Senti falta apenas de um subtítulo e achei a matéria um pouco grande para um veículo online, até porque o Bruno pediu que fizéssemos três parágrafos.
É isso...
Beijos,
Giulia Peluso

Eu me sentiria constrangida se me pedissem os 10% em dinheiro. Às vezes você realmente não tem a quantia em espécie - ainda mais hoje, que todo mundo anda mais com cartão do que dinheiro. É realmente uma questão para debate, até porque os 10% do garçom, ou 15% como querem que seja cobrado agora, é um valor o qual o cliente deveria ter a opção de pagar ou não, conforme seu nível de satisfação.
É uma prática que gera obrigatoriedade do pagamento.